sábado, 30 de outubro de 2010

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Conceitos nunca estão prontos e acabados, mas hoje dois conceitos com suas interpretações atuais me intrigam e despertam o espanto criativo.

MEDO:reação em cadeia no cérebro que tem início com um estímulo de estresse e termina com a liberação de compostos químicos que causam aumento da freqüência cardíaca, aceleração na respiração e energização dos músculos.

MEMÓRIA:prática social correlata a outras que traz a necessidade de se perceber que sujeito a está construindo a partir de que lugar social e com finalidade.

Por um instante tente mesclar os dois... Por mais quimicamente biológico que seja, o medo muda de sujeito para sujeito, de acordo com sua própria experiência de vida, papel social, classe, formação e tudo que abarca o viver dos sujeitos históricos.

Fato: de alguma forma o mundo nos assusta. E a ciência encontra mecanismos para apagar os medos ou dissociá-los dos sintomas de ansiedade causados por ele com drogas específicas que agem em regiões cerebrais especializadas.

Mal a discussão aparece e já não se discute os problemas em apagar uma parte da memória e sim como e quando se deve fazer.

Caminhamos realmente pra uma sociedade que se aliena e procura apenas prazer e o "bom", o que traz uma relatividade significativa, uma vez se que a memória é seletiva de acordo com a experiência presente dos sujeitos, o esquecimento também o é.

Se a disputa por hegemonia entre as classes padroniza a memória de cidade, de nação, de necessidade, imaginem o que não se padronizaria apagar...

Mentes em branco... Apenas sensações boas, prazerosas, positivamente estimulantes? Pra quem?

O que é bom, prazeroso, estimulante? Como o medo, o trauma, formaram o indivíduo? O que retiro dele, "deletando" algo que o forma há 5, 10 anos?

Por mais anormal que pareça, a mente não está desligada do ser que compõe a sociedade, não posso tratá-lo em separado, suas ações e reações provocam transformações reais que afetam os demais.

Anacronismos a parte, Narciso viveria feliz hoje, todos querem espelhos, sua própria noção de beleza, de bom, de "qualidade"...

Que monotonia, acho que tô com medo....

domingo, 24 de outubro de 2010

A fuga...

Vontades....

Atos que podem ou não ser praticados em obediência a um impulso ou a motivos ditados pela razão.

Vontades são atos, mesmo quando não colocados em prática, são potencialmente atos, são o emaranhado de desejos e quereres que povoam as mentes, mesmo as senis.

Enquanto potências obscurecem o simples fato de existir, simples....

Acordar, comer, trabalhar a fim de comer, dormir, acordar... "A existência precede a Essência"

Existe, se descobre, surge no mundo e se define!

Hum, mas sabe o cheiro do café? Não é mais prazeroso que seu sabor?

Ainda assim se faz necessário a existência, o olfato, o tato, o paladar, o café...

Como é simples a existência, como é fácil, prática e objetiva....Totalmente sem graça...

Eu quero a essência!!!!!!!!!

E eu quero agora!!!!!!!




segunda-feira, 18 de outubro de 2010

XIS

Ele senta e espera, ao seu redor nada parece colorido, vivo, quente.

A música entra em sua cabeça e as ondas sonoras batem e soam em todo seu corpo...estático atirado à mesa junto aos demais pedaços de carne.

As vozes são pequenos ruídos ao fundo pálido e cinza de sua vida... Os olhos internos, ali em cada recôndito, acantonado na mente...

O outro o vê, belo, andar firme, olhar centrado compassado à música...corpo, mente e música num só ritmo alcançando a mesa.

Entre risos, falas e cores parece o centro dos outros astros ao seu redor... encantadoramente líder!

Na vida o segredo é o mesmo que na fotografia: lentes, luz, ângulo e enquadramento...

XISSS