domingo, 2 de maio de 2010

Lambe o canto da boca.

Liam reflete sobre todos os textos que lê, mesmo os mais fúteis, mas sede várias horas de sua medíocre vida àqueles de conotação e denotação (preferencialmente) sexuais.

Não chegaria a dizer que o Q.I. de Yana supera o de Liam, visto que existem inteligências diferenciadas, por mais que o deste seja incrivelmente atraente e beirando a completude, pelo menos pra mim.

De fora, Liam é crítico, existencialista e lacaniano, com uma retórica que só perde pra quantidade absurda de informações livrescas que possui, mas que infelizmente não escondem completamente a prepotência, arrogância e machismo que também o caracterizam! Nada como a convivência...

Yana: bela, sublime, firme, meiga, a retórica não faz parte de seu simples cotidiano pouco livresco, pouco crítico, mas consciente de seu mundo e com inteligências próprias a ele é sensualmente sábia. Mesmo quando seus olhos mostram toda carga ciumenta e possessiva que sua boca e tato lutam pra esconder. De perto...

Meros personagens coadjuvantes movimentando-se no emaranhado de desejos e idéias de Dani, que os faz dançar e bailar pelo salão brilhante de sua vida. Não manipulador, menos ainda falso, Dani tem o ego maior que seu encanto, maior que sua própria vontade sexual e alimenta esse monstro com Yana e Liam.

Se sentir desejado é mais prazeroso que ceder a essa vontade, a astúcia e audácia de Liam que com seu jogo planejadamente estratégico de o fazer querer, com brincadeiras e elogios intelectualizados criam uma teia sedosa e forte na qual Dani finge se prender mais e mais contrastando com a submissão, doação e doçura com que Yana se oferece, é a própria tentação, venha sou sua...

Em seu individualismo narcisista, Dani goza a presença dos dois em suas noites, conversas e diversões, como um banquete para seu insaciável ego, se excita com a mínima sombra de desejo dos coadjuvantes de seu show...

Yana em sua doação submissa pouco repara Liam e este a menospreza como um delicioso pedaço suculento de carne que nos dá alguns minutos de prazer, toma imenso tempo de nossa digestão e é expelido em grande quantidade, visto que pouco se aproveita...Convivem, porque rodeiam Dani e este adora a disputa.

O fim do jogo não é surpreendente, Dani continua sozinho, como sempre quis por mais que negue e lamente, Liam se deleita com Yana que submissamente conquista o macho dominante e controlador que alimenta com mentiras seu ciúme e posse...

E foram felizes para sempre...

O que vos sobra, sou eu!

O sarcasmo!